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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sobre as coisas ditas não-feitas e as coisas não-ditas*

PORTAL DO SERVIDOR PÚBLICO DO BRASIL

Às vezes passamos um bom tempo pensando em fazer algo e querendo colocá-lo em prática. Passam dias, passam meses e... de repente o tempo correu e se passaram dois anos, e você percebe que nunca o fez. Sua vontade e planos mentais quase te enganam e você se surpreende pensando "como assim eu nunca fiz?". E aí você se lembra que bilhetes, recados ou mensagens gigantes virtuais não são cartas e não borram. Sempre pensava em escrever, com as próprias mãos, e previa papéis e mais papéis. Nunca fui provida de muita objetividade. Passaria horas debruçada numa mesa. Talvez até pingaria em cima de alguma das folhas e borraria a tinta azul quando relembrasse de coisas bonitas, e você ficaria pensando que foi um acidente de percurso. Poderia ter passado menos horas debruçada em um teclado, digitando menos pra você, em troca de umas canetas; Chegou nosso segundo junho e, por algum motivo, alguém não enxergou sentido em repetir o ano anterior. Talvez tivéssemos antecipado a data alguns meses e, pensando assim, consigo esboçar um sorriso nostálgico que aperta o peito. Mas, não, eu não deixei passar -- ao menos na minha cabeça. Tive um insight de carinho um pouco em cima da hora. Talvez o erro tenha sido te avisar disso, e talvez você ainda fique pensando o que eu queria te dar. A verdade é que, naquele dia 21 ao revés, eu passei a tarde lendo e relendo coisas, fazendo listas, construindo sentidos e antes de voltar pra casa pra correr e te encontrar, corri na papelaria mais próxima. Não achei algo exatamente como eu queria, mas eu tinha pressa. Pressa pra que? Adiei. Programei pra próxima data simbólica: adiei. A verdade é que tem coisas que a gente precisa de espaço e silêncio pra executar, e isso é o que sempre falta aqui -- e eu adiei, sempre na espera pelo momento mais adequado, as horas mais tranquilas, os minutos mais livres. Mas eu deveria ter me enclausurado no banheiro, assim como fazia antes pra me desentediar com cigarros, e feito tudo o que eu queria fazer. Havia passado um mês. Tarde demais.

(os carinhos que adiei) 


Será que eu falei "obrigada" o suficiente ou me mostrei feliz o suficiente com coisas que me deixaram completamente contente? Espero que o esperado. Sei dos nossos incontáveis agradecimentos pela presença e o tempo dedicado. Aqueles "obrigada por tudo" que adorávamos falar por nada específico, mas apenas por ter sido. Nos meus vinte e dois, por exemplo, a encomenda veio tarde -- com o cheiro mais confortável e terno do mundo e com uma carta. Eu relutei ler na sua frente. Eu sabia o que o conteúdo podia fazer comigo, e fez. Poucas vezes eu quis relê-la pois não havia lugar apropriado, aqui, pra que eu sofresse por antecipação... mas a guardei como um bem valioso. Encaro de frente o presente nesse momento, e lembrar das suas palavras esferográficas machuca: eu sinto exatamente o mesmo que senti quando li da primeira vez, sofrendo pelo futuro. E o futuro é agora; Nos meus vinte e três, você me surpreendeu (coisa que talvez eu nunca tenha conseguido). Foi o melhor embrulho prateado da minha vida. Ainda não tive coragem de acender um incenso, mas o disco que você lembrou me acompanhou algumas vezes. Será que você lembrou, também, que a última faixa dele me faz chorar?
(os agradecimentos que não multipliquei) 

-



Houve um tempo em que eu gostava de deslizar o dedo pelo osso-cartilagem do seu nariz grego. Você achava esquisito? Pois eu fazia a mesma coisa com os olhos, antes, quando não podia encostar nele. Assim como sempre analisei meticulosamente o formato dos seus dentes, a curva do seu queixo fundindo-se ao maxilar e constatei como seus olhos tinham cílios lindos e sorriam tirando toda minha seriedade matutina. Você sabe de tudo isso. Talvez tenha repetido os mesmos elogios muitas vezes e me esquecido de alguns outros. Mesmo quando dizia como as curvas dos seus ombros e suas costas e sua falta de cor me agradavam tanto -- poderiam me manter em estado contemplativo. Mesmo contando cada pinta, uma por uma, e somando um valor que hoje minha memória tem quase certeza de que são 192 ou 193 -- "meu número de pintas equivale aos dias que te amei", disse. Mas foi bem mais o quanto me amou, e prefiro a parte dos fios de cabelo; De qualquer forma, lamento nunca ter te avisado como seu perfil é lindo quando sua cabeça se inclina pra trás e seu pescoço fica esguio e seus olhos fecham. Principalmente com a boca semi-aberta, de quem respira lentamente para não perder a concentração e nenhuma sensação do momento que logo se apressa.
(os elogios que poupei - poupei?)

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E, naquele momento em que escuto algum absurdo ou injustiça -- segundo meu julgamento --, o sangue sobe. Não de raiva, mas de tristeza. Não por orgulho, mas por não compreender tamanha miopia fora do metro quadrado e ser tomada por um sentimento de inconformismo. Mas me conformo. E vou escrevendo emails, sem títulos e com seu endereço ali, e salvando como rascunho. São cinco, já -- daqueles quilométricos, do jeito que você odeia, do único jeito que consigo me expressar e organizar tudo o que eu sinto de forma inteligível. Todos cheios de minhas-verdades (ou seriam meias verdades? nunca saberei) que não ousei falar, pelo mesmo medo de sempre, mas que talvez você precisasse ouvir. Uma terapia pra mim, em momentos críticos. Arrependimentos futuros poupados -- dos quais talvez eu possa me arrepender.
(as verdades que doem e eu não falei )

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Irônica e coincidentemente, alguns dias antes da tragédia -- na sexta, talvez --, peguei o violão e resgatei meu velho bloco de notas. Ali estava a sequência acidental de mais de dois anos atrás: Bm, E // G, A, E (ou B, mais um dos detalhes que não decidi). A melodia ainda me causa arrepios. Eu nunca entendi o porquê. Talvez por isso eu tinha apego o suficiente pra não fazer dela algo urgente imperfeito: algo que mexia comigo com tanta simplicidade e que te tinha nas entrelinhas merecia lapidação tão perfeita quanto a do seu nariz. "Insincere because...". E você ainda ocupava, flutuante, o pedestal. Talvez você nunca a conheça, mas faço questão de que seja uma obra-prima. Não pros outros, mas pra mim. E que faça jus aos seus olhos que você me deu.
(os acordes que você não ouviu)**

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Nunca enxerguei a falta de carinho. De lado algum. Minhas pequenices transformadas em lembranças, luzes de natal desenhadas à distância, qualquer besteira infantil para que você acordasse com um sorriso tímido; eu contando os minutos para que você saísse do banho mais velha do que entrou pra que eu pudesse te surpreender com um isqueiro, um embrulho rajado e um "parabéns"; papéis esboçados com qualquer coisa que lembrasse você (e que, depois, seriam pra você -- e verdade seja dita, nessa parte falhei: há uns dois, acredito, descansando lisos dentro da agenda em branco que eu esqueço de abrir esperando pra serem entregues. Mesmo tarde demais). Talvez eu tenha sido previsível. Talvez pouco cinematográfica pras expectativas -- ou, talvez, meu conforto com as palavras não deveria se limitar aos dedos. Mas com eles eu separaria, pacientemente e religiosamente, os anéis verdes do seu cereal toda manhã.



* * *


Será que, assim como você costumava fazer em um passado não muito distante, você vai ler?
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