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Por que julgamos tanto?
Uma das artimanhas mais enganadoras da mente são os julgamentos que fazemos. Quando vamos visitar um país passamos uma semana adentrando em pontos turísticos e saímos de lá tecendo julgamentos de como é o seu povo e sua cultura, mas convenhamos, não é possível conhecer ou fazer julgamentos justos (se é que isso existe) vivendo de turista em uma semana.
A natureza do julgamento é o pensamento apressado, essa mania do ser humano de ter que tirar conclusões, sendo que a conclusão não existe, porque tudo está em constante movimento e jamais seremos capazes de assistir uma conclusão.
Uma experiência pessoal minha: muitas pessoas me julgam de “natureba”, pelo simples fato de me abster a comer carne, mas nunca fui “natureba”, embora admire quem consiga levar uma vida assim, bem coerente. Mas é uma tendência quase que instintiva de tecermos julgamentos e comparações mesmo sem saber absolutamente nada ou pouca coisa da outra pessoa. Basta uma única característica e lá vem o manancial de estereótipos em que você se enquadra.
Há os que viram Caminho das Índias e acreditem piamente que a Índia é exatamente como foi retratada na novela. Há quem jamais passou por uma determinada situação e fica julgando outras pessoas. Mas como isso é possível? Como é possível você julgar algo que nunca vivenciou? Tipo uma mulher que nunca teve filhos e tece mil e uma teorias de boa educação, sendo que entre a teoria e a prática há um abismo intransponível.
Se as escolhas pessoais de outro indivíduo te afronta, o problema não mora no vizinho, e sim em você. Muita certeza acaba por tornar a pessoa intolerante. Julgamos pela aparência que construímos do outro dentro de nós. A forma como julgamos os outros reflete como realmente nós somos e aquilo que não suportamos em nós mesmos, uma projeção de nossas características.
Você pode acreditar conhecer uma pessoa, mas na realidade pode não conhecer de fato. Afinal de contas ninguém se desnuda a outra pessoa dessa forma, pelo menos não os escorpianos... rsrsrsrs
Muitas vezes reproduzimos um comportamento coxinha, de não expor nossa opinião com medo dos julgamentos, pois afinal eles existem, não são fantasmas que assombram, eles são reais, e tudo o que falamos, escrevemos ou a forma como agimos são deliciosos pretextos para que julgamentos sejam realizados sobre nós, mesmo que não condigam com a realidade.
Talvez isso seja um aspecto da “natureza” do ser humano social. Criamos uma expectativa a partir de nossas vivências sobre o que certo e errado e a partir daí repreendemos e o que parece ser incorreto ou injusto. Mas é preciso ter um pouco de consciência que todas essas certezas são apenas nossas e não das outras pessoas. Podemos ser quem somos, mesmo com nossas incoerências e defeitos, livres para nos expressar, mas não podemos ter medo do julgamento dos outros, ele deve nos afetar o mínimo possível.
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